E você? Já foi violentada hoje?

Published 25/11/2011 by Marilia Cancelli

É revoltante que em pleno século XXI, tecnologia a pleno vapor, informação ao alcance de todas e na palma da sua mão a qualquer instante, eu – e mais centenas de pessoas – tenha que escrever esse post. A blogagem coletiva de hoje é pelo Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher – 25 de Novembro

Os dados são alarmantes: uma mulher é violentada a cada 12 segundos; e uma morta a cada 2 horas. E isso só no Brasil, que é um país que se diz livre de preconceitos e opressões. A violência não se resume ao ato sexual forçado. Muitas vezes a mulher apanha do companheiro, ouve desaforos ou até mesmo perde um espaço no mercado de trabalho por ter cometido esse gravíssimo erro: nascer mulher!

 

Ainda não bastou queimar sutiãs, entrar no mercado de trabalho e na política. É preciso que mulheres e homens transformem a sociedade para que essa possa ser não só de todos, mas de todAs. Nós, mulheres, não queremos a supremacia feminina, queremos apenas igualdade. E isso não quer dizer que queremos que os homens fiquem menstruados (mas pensando bem, até que não seria tão ruim assim) ou amamentem. Queremos apenas os mesmos direitos e os mesmos deveres. Queremos o direito de decidir sobre o nosso corpo; queremos receber o mesmo salário que os homens quando ocupamos o mesmo cargo; queremos ser levadas a sério quando pegamos um microfone pra falar em uma plenária; queremos sair nas ruas com a roupa que bem entendermos sem medo de sofrer violência; queremos paz e poder de decisão no momento mais em que estamos mais vulneráveis na vida: a hora do nascimento dos nossos filhos. E queremos muito mais, mas ao mesmo tempo, queremos só isso: ser iguais.

Eu poderia ficar o dia inteiro aqui citando os tipos de violência sofrida por nós, mulheres, ou poderia fazer uma lista interminável de reivindicações feministas. Mas isso não faria você, cara leitora (ou leitor), compartilhar o meu pensamento e até mesmo reivindica-lo. E além do mais, eu ainda tenho 15, pois hoje começam os 16 dias de ativismo.

 

O auge da minha revolta essa semana aconteceu quando eu vi a matéria que saiu na Folha de S. Paulo sobre as Presas que dão à luz algemadas! Pra mim, ele mostra toda a humilhação, opressão, violência e tudo mais que se possa imaginar. São mulheres que já estão pagando sua dívida com a sociedade burguesa, privadas da liberdade, que sofrem no trabalho de parto e muitas tem seus filhos encaminhados para adoção exclusivamente por estarem presas!!

Penso em mais centenas de coisas que eu deveria abordar nesse tópico, mas também penso que é a hora de parar por hoje. Amanhã tem mais (se eu lembrar, é claro). E depois mais e mais, até que se encerrem os 16 dias.

A louca ganha companhia

Published 22/11/2011 by Marilia Cancelli

Sempre me apontam o dedo dizendo que sou louca, malucóide, masoquista ou coisas do tipo quando defendo o parto natural. Sem intervenções, sem essa de escolher quando parir e de ficar atrapalhando o momento mais mágico da relação mãe-bebê

Eu também sempre disse que isso não era loucura (só) da minha cabeça. Que existe um bom punhado de mães, tentantes, médicas, enfermeiras, parteiras, doulas e simpatizantes (vários homens também, a saber) que compartilham das mesmas ideias que eu. Com algumas variantes, mas todo mundo pensando na mesma lógica.

A cada dia fico mais indignada e ao mesmo tempo frustrada com as notícias que tem aparecido. Hoje vi uma: Cesáreas superam partos normais (nota da autora: isso pra mim é uma redundância, pois todo parto é normal. Cesárea é uma cirurgia de extração de bebê) no Brasil.

Alguns dados:

Enquanto a Organização Mundial da Saúde recomenda que 15% dos nascimentos sejam via cesárea, na rede privada brazuca 80% das crianças nascem por extração.

No SUS, a cirurgia teve um aumento de 24 para 37% dos nascimentos na década passada

O Brasil tem o maior índice de cesáreas do mundo!!

Em países subdesenvolvidos, onde não tem hospitais, 10% são cirúrgicos

Em países desenvolvidos, aqueles que gostam de chamar de “primeiro mundo”, 20% são cesáreas

No Brasil, 80% são extrações

Nos hospitais particulares de São Paulo a taxa chega a 90%

A verdade é que eu fiz toda essa introdução (afinal, quando começo a escrever não paro mais) pra dizer que tá ótima a matéria do Luis Nassif  entitulada A lógica do parto humanizado, publicada no blog do Nassif

E baseada na mesma matéria da Folha de S. Paulo que eu me referi no início do post, a brasileira que mora nos States Cláudia Colluci escreveu sobre As inaceitáveis taxas de cesáreas no blog Quero Ser Mãe

E ainda, se não ficou convencida(o), dá uma olhada no site Amigas do Parto que lá tem um mooooonte de coisa (inclusive nos links) pra tirar todo e qualquer tipo de dúvida e pra acabar com o preconceito do parto natural.

 

UPDATE 1 – A Casa Angela, citada no relato do Nassif, reabriu e aguarda a firmação de convênio com o SUS. Por enquanto, atende mulheres da região gratuitamente e cobra taxas simbólicas para mulheres de fora da região

 

UPDATE 2 – Só pra não deixar dúvidas: A “louca” do título sou eu. E a companhia é o Luis Nassif

Duas palavras

Published 18/11/2011 by Marilia Cancelli

Em meio a uma grande turbulência que estamos passando (pneumonia, infecção estomacal, faltas da creche) enfim uma boa novidade

Apesar da infecção estomacal ter feito a Bela perder meio quilo em 5 dias (pense nisso levando em conta que ela tinha 9kg) e estar provocando vômitos e diarreias (quase) diariamente, ela ainda tem pequenos momentos de brincadeiras intensas. Nesses momentos é que tento estimular a fala, a coordenação, a alimentação e todo o desenvolvimento dela.

Pois bem, foi numa dessas que quase me escorreu uma lágrima. O acontecido: temos dois cachorros grandes e um médio em casa. Eles circulam pela sala/cozinha e convivem com as pessoas. Isabela está aprendendo a se defender. Ela faz cara de braba (e dá uma vontade de apertar todinha!!), foge, e empurra – ou tenta. E sempre que isso acontece nós falamos “sai, au au”. E ela, aprendendo, repetia com a testa franzida “au au”. Até que, nesta bela quarta-feira de novembro, ela disse “ai, au au”!!! ELA DISSE DUAS PALAVRAS JUNTAS!!!!

Tá, pra quem não tem filhos e/ou não sabe muito sobre desenvolvimento de crianças deve pensar “e daí? esse o desenvolvimento natural da fala, né?!” Olha, até é, mas esse é um grande passo. Uma evolução enorme, que demora pra acontecer. E quando acontece, quer dizer o seguinte “putz, ferrou. agora ela não cala mais a boca”.

E não é que é isso mesmo? Exceto quando está amolada por conta da tal infecção, ela fica repetindo TUDO que a gente fala. Lógico, do jeito dela, ainda sem conseguir pronunciar corretamente os fonemas, mas isso só vai acontecer lá pelos 4 anos (acho que é isso).

 

Bem, minha felicidade a cada evolução dela é enorme. Pena que os problemas causados por determinados seres abomináveis não me permita demonstrar nesse blog na proporção adequada, tamanho meu cansaço com tudo. Mas vamo que vamo. Bola pra frente e chega de mimimi

Mente tranquila, filha feliz

Published 11/11/2011 by Marilia Cancelli

O tal do 11 de 11 de 2011. E daí? O mundo não acabou, eu não ganhei na loteria, a Isabela continua linda e amada. Ou seja, nada mudou.

Tá, alguma coisa mudou. Eu tenho comentado nos últimos posts sobre a minha dificuldade de deixar a pequena na escola. Eis que hoje, quando chegamos, ela não só não chorou, como esticou os braços e foi, por livre e espontânea vontade, pro colo da profe!

Foi muito bom ver que a minha menininha está amadurecendo e entendendo que a escola é um lugar passageiro. Que ela vai ficar algumas horas e depois volta pra casa.

Acho que isso aconteceu não só pelo tempo que ela já frequenta a escola, mas também porque eu tirei um baita peso das minhas costas e uma coisa muito boa apareceu ontem pra mudar pra muito melhor a minha vida pessoal. Além disso, ontem ela comeu todo o almoço da escola!! E olha que ela nunca tinha comido toda a comida de lugar nenhum: de casa, da escola, da casa da dinda, nada, lugar nenhum.

Essa é só mais uma prova de que o emocional faz toda a diferença.

E que venha o feriadão – que pra mim não vai ser, porque vou trabalhar, mas me faz feliz igual

Só pra apertar o coração

Published 10/11/2011 by Marilia Cancelli

Já comentei no post anterior que é um desafio deixar a Isabela na escolinha.

Mas só na hora de deixar, mesmo.

Um exemplo disso foi o que aconteceu hoje:

Chegamos em frente à escola e ela já começou a sacudir a cabeça na negativa. Entrei com ela no colo e fiz a primeira tentativa de deixá-la na sala. Ela chorava, tremia e dizia “mamãããããe” daquele jeitinho pra partir o coração e me fazer desistir. Mas eu não me entreguei. Algumas palavras pra tentar convencê-la de ficar e explicar que eu voltaria em seguida para buscá-la e mais uma cena. Pelo menos o pequeno indicador da mão esquerda apontava para a escada da escola que leva ao pátio. Lá fomos nós e a profe. Eu disse à Bela que teria que ir no chão, aproveitando que ela adora subir escadas (!!!). No meio do caminho as minhas mãos foram substituídas pelas da profe e o caminhar seguiu normalmente, exceto pelo choro iniciado. Desci as escadas sofrendo e quando não tinha nem chegado à porta de saída já não se escutava mais o choro. Não deu tempo nem de lágrima se formar e pingar no chão.

Não é de se indignar com esse abuso dela? Poxa, eu saio de lá sempre sofrendo pensando em quanto tempo ela vai ficar chorando e me chamando e ela não é capaz de manter a manha nem por UM minuto???

Tá, tá, eu sei que eu deveria dar pulos de alegria e ficar bem tranquila. Até é maravilhoso, eu sei. Isso me ajuda a sair de lá mais sossegada. Mas por outro lado.. poxa!! Precisa esse escândalo todo santo dia? Pra me deixar dividida e com a cabeça lá na escola enquanto saio pra trabalhar?

 

Pronto, desabafei

Coisas de mãe..

Tem alguém aí?

Published 09/11/2011 by Marilia Cancelli

Depois de tanto tempo sem escrever aqui eu não tinha nem coragem mais de aparecer. Achei que o blog estava esquecido não só por mim. Mas, entrei pra pegar uma foto e me surpreendi com os acessos diários que recebo. Por isso, me sinto na obrigação de – tentar – voltar a vida da blogosfera.

 

Novidades? Milhares, já que nem lembro quando foi a última vez que postei

Mas, pra não virar um tratado, elenco algumas coisas:

 

A pequena Isabela está indo à escola. Mamãe aqui volta ao mundo do trabalho e a cria passa a tarde na escolinha. Ou pelos deveria, já que nos últimos tempos ela esteve gripada, com isso ou aquilo e acabou ‘faltando aula’ por vários dias.

Se ela fica bem? Olha, na hora que eu deixo ela não quer ficar – dizem as mais experientes que é o medo inicial da criança de a mãe não voltar mais -, mas quando chega a hora de ir embora ela está bem faceira brincando com os amigos.

Na turma dela só tem meninos e ela adora. Está aprendendo várias macaquices de garoto.

No dia das bruxas – ou do saci – foi vestida de bruxinha com uma fantasia feita pela mamãe aqui [te mete hein!]

Ultimamente anda que é um grude só na mãe e na avó (que ela resolveu chamar de Babá). Finalmente comendo um pouquinho melhor, ainda que não esteja comendo de tudo.

Ai, tanta coisa que eu nem sei mais o que contar aqui. Por ora é isso então. Agora que tenho um pouco mais de tempo (porque o trabalho é bem flexível) vou me esforçar pra escrever mais.

Beijos a todo mundo que tem passado por aqui diariamente mesmo sem encontrar novidades há séculos

O maior amor do mundo

Published 27/07/2011 by Marilia Cancelli

Ontem (26.07) foi dia dos avós. Tenho em minha casa a melhor avó do mundo. Desculpem-me às outras, mas minha mãe é a melhor avó que pode existir. Mesmo tendo se tornado avó oficialmente só em 2009, a Dona Teresinha aqui já é uma típica avó desde 1985, quando do nascimento dos meus irmãos. Um deles sempre diz “eu não tenho mãe, tenho vó”. Isso porque a nossa mãe sempre foi a melhor vó que existiu. Mesmo pra nós, os filhos! E agora, com um casal de netos (esses, de verdade), ela se mostra a cada dia uma avó um pouco melhor. Os netos disputam o colo da vovó, correm pros braços dela para serem consolados, dão sorrisos indescritíveis quando a enxergam e são completamente apaixonados por ela

Por que eu escrevi tudo isso? Porque eu também sou completamente apaixonada pela minha avó mãe e ela não merecia ficar sem uma mínima homenagem nesse humilde blog que cultivo (aos trancos e barrancos) em nome da minha filha. E por saber que, se o amor de mãe é o maior amor do mundo, o amor de vó é o maior amor de todos os mundos.

 

nós 3

Vovó, mamãe e Bela (ainda do lado de dentro)

 

Que fique aqui registrado que esse post deveria ter sido escrito ontem, mas não consegui por motivos de sono força maior.

Tomara que meu empréstimo não passe da validade NUNCA

Published 04/07/2011 by Marilia Cancelli

 

Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo ! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo”



José Saramago

Dormindo com a cria

Published 25/06/2011 by Marilia Cancelli
– O que, tua filha dorme na tua cama?
– Sim, dorme
– Mas ela já é grande, já pode dormir sozinha
– Pode, mas ela não quer e eu também não
– Mas se tu não tirar agora depois vai ficar cada vez pior. Tu pode sufocar ela. Nunca ouviu falar em crianças que morrem sufocadas pelos pais na cama? E também tem blá blá blá whiskas sachê…
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É, essa é uma conversa muito comum no meu dia a dia. A minha filha dorme comigo SIM, nós ADORAMOS isso e não pretendemos nos “separar de camas”. Quando ela quiser, ela tem toda a liberdade. Mas não estou fazendo esforço. Quem continua achando que é ruim, dá uma lida abaixo:
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DEZ RAZÕES PARA DORMIR PERTO DE SEUS FILHOS
Por Jan Hunt, Psicóloga Diretora do “The Natural Child Project”
1. Uma família que dorme unida tira vantagem da facilidade com que um bebê pode ser amamentado, pois não é necessário buscar o bebê em outro quarto para amamentá-lo. Uma mãe que amamenta em uma “cama familiar” pode alimentar seu filho facilmente sem estar totalmente desperta e assim não deixa de obter o repouso de que necessita. Assim, dormir em família incentiva as mães a prolongarem a amamentação e todos os seus inumeráveis benefícios por mais tempo.
2. Falhas respiratórias são normais nos primeiros meses de vida e se não forem evitadas ou cuidadas podem causar a “síndrome da morte súbita infantil” (SMSI). Pesquisas recentes sugerem que dormir acompanhado pode ajudar a evitar essa triste ocorrência de duas maneiras. Primeiro, pequisas recentes mostraram que a respiração da mãe dá importantes pistas para o filho lembrar de puxar o ar depois de uma expiração, evitando assim a ocorrência da SMSI. Segundo, mesmo que esse sistema falhe, a mãe está próxima para ajudar, acordando a criança. Uma mãe que amamenta tem com seu filho ciclos de sono e sonhos coordenados, o que a torna altamente sensível ao bebê. Se estiverem dormindo próximos, ela acorda automaticamente se houver uma falha respiratória mais longa. Mas se o bebê estiver sozinho, esta intervenção salvadora não será possível.
3. Em geral, se considera a sufocação como um risco de se dormir em família. Mas esse risco só existe em duas situações: um bebê dormindo em um colchão de água, que o impede de se erguer quando necessário, e pais muito intoxicados com álcool ou drogas para atender a criança. É evidente que uma criança que sufoque por qualquer motivo (uma fita do pijama que se enrole no pescoço, vômitos durante o sono ou crises de asma) tem muito mais facilidade em acordar sua mãe se estiver dormindo perto dela do que se estiver dormindo em outro quarto.
4. Qualquer perigo noturno é reduzido se a criança tiver um adulto próximo. Crianças e bebês morrem em incêncios, sofrem abuso sexual de parentes em visita, caem da cama, são atacados por animais de estimação, sufocam com vômito e podem ser feridos ou morrer de vários modos que poderiam ser evitados por  uma mãe próxima.
5. Em geral se tem a impressão errada de que dormir em família facilita o abuso sexual da criança por um dos pais. Mas a verdade é o oposto. É bem menos provável que os pais que criam profundos laços afetivos com seus filhos permanecendo próximos e disponíveis tanto de noite como de dia, tenham atitudes agressivas de qualquer tipo contra as crianças que eles amam e cuidam. Por outro lado o fato de uma criança dormir sozinha jamais foi uma boa proteção contra um pai ou uma mãe com intenção de abusar sexualmente, e pode mesmo facilitar a manutenção do segredo de um dos pais.
6. O sono em conjunto também pode evitar a agressão da criança ajudando toda a família a obter o repouso necessário, principalmente quando a criança está sendo amamentada. A criança não precisa sofrer desnecessariamente nem chorar para chamar sua mãe, e a mãe pode amamentar semi-desperta. Toda a família acorda descansada, sem os ressentimentos das noites perturbadas pelo choro do bebê. É mais fácil um pai ou uma mãe exaustos agredirem o filho do que se estiverem descansados e tiverem compartilhado o sono tranqüilo da criança durante toda a noite.
7. O choro é um sinal que a natureza inventou para perturbar os pais, de modo que as necessidades da criança sejam atendidas. Mas o choro prolongado cria tensão para toda a família. Quanto antes as necessidades do bebê forem atendidas, mais tempo o bebê e toda a família poderão repousar, e mais energia terão no dia seguinte. Uma mãe que dorme junto do bebê pode utilizar as reações insitintivas que uma mãe tem ao primeiro soluço de seu filho, e com isso evitar a necessidade de choro forte que é tão desconfortável para o bebê quanto para os outros membros da família.
8. Um sentimento profundo de amor e confiança costuma se desenvolver entre irmãos que dormem próximos, diminuindo a rivalidade entre os irmãos durante o dia. Irmãos que compartilham tanto a noite quanto o dia têm mais oportunidade de construir um relacionamento profundo e duradouro. Bebês e crianças que são separados de outros membros da família durante o dia podem se refazer parcialmente dessas ausências e reestabelecer vínculos emocionais importantes passando a noite juntos, além do agradável início de manhã em família que em geral não seria aproveitado em outra situação. É claro que trabalhar em casa e desescolarizar podem reduzir as separações e aprofundar os laços familiares durante o dia, assim como dormir em conjunto faz à noite.
9. Pesquisas sobre adultos em coma mostraram que a presença de outra pessoa no quarto melhora significativamente a freqüência e o ritmo dos batimentos do coração e a pressão arterial. Parece razoável supor que crianças e bebês também desfrutem desses benefícios à saúde dormindo com a mãe no quarto.
10. Uma criança que é igualmente cuidada de noite e de dia recebe confirmação constante de amor e apoio, em vez de precisar lidar com medo, raiva e sentimento de abandono noite após noite. Crianças que se sentiram seguras dia e noite ao lado de uma mãe ou de um pai amoroso irão se tornar adultos que lidam melhor com as tensões inevitáveis da vida. Como John Holt assinalou com eloqüência, ter o sentimento de amor e segurança no início da vida, em vez de “estragar com mimos” uma criança, é como “dinheiro no banco”: um fundo de confiança, auto-estima e segurança interior a que a criança pode recorrer para enfrentar os desafios da vida.

Para mães

Published 22/06/2011 by Marilia Cancelli
Passo muito tempo sem postar aqui. Não é por falta do que dizer ou por falta de novidades, mas sim por falta de tempo. À noite, quando a moça dorme, já estou tão cansada que as ideias já não parecem coerentes para serem colocadas em textos.
Por isso, hoje dedico o pensamento abaixo para todas as mães e futuras mães que passem por aqui.
Não tenham medo de seguir seu instinto. Há alguns (e nem são muitos) anos atrás, não existiam milhares de livros sobre como cuidar dos filhos. O que dirá então da internet.. Nem mesmo pediatras super entendidos. Existiam só as parentes chatas que fizeram diferente com seus filhos e acham que são as donas da verdade. Essas sempre existiram e – infelizmente – não serão extintas dessa sociedade. Mas não dê ouvidos a elas. Cada um sabe dos seus, ok?
Bem, pra quem não ia escrever nada, até que fluiu alguma coisa. Sem mais, leiam e reflitam!!
Quando seu bebê chorar à noite, guie-se pela penumbra da casa até encontrá-lo e finja que está vivendo numa caverna, em algum clã de uma Era remota. Surpreenda-se por tê-lo deixado longe de seu corpo, exposto ao frio. Não há mamadeiras, nem geladeiras, você não tem fogão. Entenda que o drama da existência de um bebê em sua vida nada tem a ver com chocalhos, bibelôs ou chupetas. Você precisa salvá-lo, defendê-lo de feras e em breve o amarrará em seu corpo para ir à floresta. Só você pode salvá-lo, com seu leite, seu corpo, seu calor. Somente você pode fazer dele uma criatura forte e destemida e isso ocorrerá pela viagem dos hormônios em seu corpo, eles levarão as mensagens por meio do seu leite e de suas atitudes. Parir e amamentar é coisa do eu antropológico em nós.Você só está aqui porque uma linhagem de mulheres e homens um dia, lá atrás, salvaram-se, naturalmente, na luta pela sobrevivência. Todo o resto civilizado é prazer que podemos desfrutar. Não deixe que a beleza da civilização, que todos os ganhos culturais que obtivemos te faça fraca e infeliz por ter uma linda criança nos braços.”
Por Cláudia Rodrigues